Sustentabilidade da Extração de Castanha do Brasil na Amazônia
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Sustentabilidade da Extração de Castanha do Brasil na Amazônia
Galera,
Não sei se todo mundo conhece o artigo de Carlos Peres e colaboradores na Science (Science, 302: 2112-2114, 2003) falando sobre a estrutura populacional das populações de Castanheiras (Bertholletia excelsa) exploradas na Amazônia.
O artigo confronta a idéia de que esse seja um modelo de exploração sustentável do modo como vem sendo feito.
É muito interessante ver que modelos muitas vezes ditos sustentáveis na verdade não o são.
Seguem os gráficos da estrutura populacional dos locais estudados.
Não sei se todo mundo conhece o artigo de Carlos Peres e colaboradores na Science (Science, 302: 2112-2114, 2003) falando sobre a estrutura populacional das populações de Castanheiras (Bertholletia excelsa) exploradas na Amazônia.
O artigo confronta a idéia de que esse seja um modelo de exploração sustentável do modo como vem sendo feito.
É muito interessante ver que modelos muitas vezes ditos sustentáveis na verdade não o são.
Seguem os gráficos da estrutura populacional dos locais estudados.
Re: Sustentabilidade da Extração de Castanha do Brasil na Amazônia
Pois é, apesar de nessa imagem dos gráficos estar meio estranho de se ver, o artigo é bastante claro ao afirmar que a estrutura etária das castanheiras está completamente aberrante, não está mais ocorrendo uma renovação significativa da população e as árvores envelhecidas predominam. Muito certamente as 45 mil toneladas de castanhas coletadas por ano, isso no Brasil, pras pessoas comerem tem algo a nos explicar sobre essa situação.
O que me surpreendeu foi uma idéia bizarra sugerida em algum lugar de que fosse implementado o abate e controle populacional de cutias, que são as principais predadoras das sementes. Ignoram que são essas mesmas cutias que possuem uma longa trajetória coevolutiva e são as dispersoras naturais da castanheira. Elas têm o hábito de enterrar as sementes para tempos mais desfavoráveis, mas acabam ocasionalmente esquecendo algumas, que brotam e dão castanheiras novas.
Muitas famílias na região da Amazônia verdadeiramente dependem da castanha pro seu sustento, assim como há a imensa demanda dos endinheirados do sul maravilha brasileiro e também no estrangeiro, por isso não poderíamos parar de coletar.. O problema é, como muitas questões sobre sustentabilidade acabam terminando, o que será daqui a 20, 30 anos, o considerado “a longo prazo”??
O que me surpreendeu foi uma idéia bizarra sugerida em algum lugar de que fosse implementado o abate e controle populacional de cutias, que são as principais predadoras das sementes. Ignoram que são essas mesmas cutias que possuem uma longa trajetória coevolutiva e são as dispersoras naturais da castanheira. Elas têm o hábito de enterrar as sementes para tempos mais desfavoráveis, mas acabam ocasionalmente esquecendo algumas, que brotam e dão castanheiras novas.
Muitas famílias na região da Amazônia verdadeiramente dependem da castanha pro seu sustento, assim como há a imensa demanda dos endinheirados do sul maravilha brasileiro e também no estrangeiro, por isso não poderíamos parar de coletar.. O problema é, como muitas questões sobre sustentabilidade acabam terminando, o que será daqui a 20, 30 anos, o considerado “a longo prazo”??
-Daniel-- Mensagens : 13
Data de inscrição : 04/10/2009
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